No próximo encontro (27/08), conversaremos com Lucas Keese e Valéria Macedo a partir das 19h
A Zona de Contágio vem se constituindo como um lugar de confluência entre pesquisadores e todes interessadxs na Guerra das Ciências, mas também nas lutas e práticas de conhecimento do mundo por vir. No próximo encontro vamos falar sobre saberes de retomada e produção de conhecimento terrano – pensar os enlaces entre territórios de autonomia e universidades, possíveis tecnologias do Comum que possam fazer frente ao novo regime de extração e reconfiguração do mundo após (e durante) o acontecimento pandêmico.
Se os regimes hegemônicos de produção de conhecimento, ciência e tecnologia e as configurações atuais de suas instituições (universidades e escolas) são parte do problema que hoje enfrentamos (crise ambiental, covid-19, as muitas formas de reprodução do colonialismo, racismo e desigualdades intensificadas por certos arranjos tecnopolíticos extrativistas); quais seriam então os desenhos possíveis de outros modos de conhecer (e suas instituições) que apontem para rotas de fuga do capitaloceno-plantationoceno e das formas renovadas de dominação e extração? Que tipo de conhecimento somos capazes de produzir na contramão do “realismo político” e das novas estratégias de controle possibilitadas pelo capitalismo do desastre e suas novas cercas e profilaxias? Como ativar, acompanhar e retomar as práticas do Comum, não proprietárias, que podem fazer frente às dinâmicas neocoloniais do “screen new deal” no plantationoceno diante da crise sanitária que finalmente nos faz constatar a indiscernibilidade entre “ciências sociais” e “ciências naturais” e os limites urgentes das nossas formas de vida? Como essa retomada pode também reconfigurar nossas agendas e institucionalidades de pesquisa, ensino e extensão perturbando as fronteiras das universidades e fazendo do conhecimento uma prática de encontros atravessada pelo mundo vivo?
“A nossa avaliação é que, neste exato momento, estamos vivenciando uma das maiores possibilidades de um fim desse mundo eurocristão, monoteísta, colonialista e sintético. Esse mundo está chegando ao fim. Não é à toa que estamos vivendo esse desespero, essa grande confusão. Mas, por incrível que pareça, estamos vivendo também uma nova confluência”
Antônio Bispo dos Santos
texto disponível em: https://piseagrama.org/somos-da-terra/
textos sugeridos:
Somos da Terra de Antônio Bispo dos Santos: https://piseagrama.org/somos-da-terra/
Tornar-se selvagem de Jerá Guarani: https://piseagrama.org/tornar-se-selvagem/
(Micro)políticas da vida em tempos de urgência do Grupo de Pesquisa Cidade e Trabalho: https://www.reflexpandemia.org/texto-59