O mundo como uma imensa teia de coreografias de existências em que os seres constituem-se mutuamente e ao mesmo tempo constroem o futuro. Para alianças com aqueles que não pensam como nós, que não pensam como humanos, ou que não pensam, precisaremos ser, além de eticistas-bricoleurs, coreógrafos.
No próximo encontro, dia 24/09 (19h), estaremos com Renzo Taddei, professor e pesquisador da UNIFESP.
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A conversa pretende seguir tateando o mundo em que vivemos a partir das consequências ambientais-societais-biológicas da emergência do Antropoceno e como ele nos interpela em nossos modos de existência e regimes de conhecimento. Renzo propõe pensar a emergência do Antropoceno também a partir das “transformações radicais na tecnosfera com o advento da inteligência artificial”. Diante dos novos conflitos e possibilidades, Renzo convoca imagens sobre coexistência e coabitação que habitam os movimentos da dança:
“Vivemos em um momento no qual libertar humanos de seus grilhões através da denúncia deixou de ser suficiente (apesar de ainda necessário); é preciso participar dos processos de construção de mundos; isso necessita ser algo maior do que o humano”
A dança fala sobre movimento em equilíbrios sempre instáveis e impermanentes e “talvez seja por isso que a dança tenha sido usada, em inúmeras culturas no decorrer dos tempos, como estratégia de conexão existencial entre coisas desiguais, como humanos e deuses, humanos e ecossistemas, humanos e animais, e humanos em situação de diferença (de gênero, por exemplo)”. Pensar o mundo como tramas de coreografias de coexistência, simbioses e novos movimentos de futuro.
textos de referência para a conversa:
imagem: Calendário, série de Sara Ramo